Sunday 24 June 2007

4 da manha


Nao e o sol da meia-noite, mas parece. Quando tinha 12 anos, lembro-me bem daquele filme com o Baryshnikov, quando ele diz tranquilamente, "sao 3 da manha e eu nao consegui dormir", mas na verdade parecem duas da tarde com a luz a entrar pela janela.


Aqui, no norte da Europa, mas pelos vistos sul da Inglaterra, nesta altura do ano la por volta das 3.50h ja começa a claridade a raiar pela minha janela. Com as minhas cortinas da tanga, torna-se dificil pregar o olho e dormir. Frequentemente tenho acordado por volta das 4:15h, e la para as seis e meia o sol ja vai bem alto.


Experenciando isto que e novo para mim, torna-se mais facil imaginar como sera a vida na Escocia, na Laponia ou mesmo na Siberia. Nao sou de me queixar muito, mas a verdade e que o tempo tem estado tudo menos aquilo que se pode esperar de um Verao. Chuva, muita chuva, algum vento e muito pouco sol. Tenho alguns colegas que começam a ficar deprimidos, especialmente os gregros. Bruxo, com quase 40 graus e ilhas paradisiacas, eu tambem me queixava.

Tuesday 19 June 2007

Sangre de Toro


Ja foi.


Era o nosso wizzard dos computers, o homem que arranjava a network ca de casa sempre que a Internet estava manhosa. Jogos de futebol da champions league na televisao da cozinha sem pagar tv licence. Os melhores sites para se fazer downloads ou ainda descobriu aquele canal onde passam 24 horas non stop todos os episodios das 5 series do Drangon Ball. Companheiro de noitadas e houseparties, jantaradas a luz de velas e por vezes algumas discussoes bem interessantes sobre politica ou cultura.


Sangre de Toro ou PATXI no cartel dos Escobaritos, era um elemento fundamental no seio desta organizaçao. Jose, como e conhecido la em Valencia.


Primeiro foi Don Ciccio quem nos abandonou. Agora a secçao espanhola. Pouco a pouco a Interpol vai desmantelando o maior cartel de droga e terroristas que existe. Mas eles nao sabem que em 3 anos nos vamos encontrar nalgum lugar distante, no sudueste asiatico.

Ate la, Escobaritos forever.


Força Sangre.


Ps. Por razoes estritamente confidenciais, nao posso contar a origem deste nome, mas ele sabe porque.

Monday 18 June 2007

O cantinho do taxista





Era um barzeco a puxar para o chunga la na praça Paiva Couceiro. Quem me chamou a atençao a primeira vez, foi o Lao, como se tratasse de alguma coisa deveras importante. E de facto, ate era no universo do fugareiros. Eram boa gente. Quase sempre metia conversa com eles. Rua cidade de Cardiff ate a Praça Luis de Camoes. La ia eu a falar com o velho do 190 D, que gabava a sua maquina com mais de um milhao de quilometros, e que ainda metia na rabeta alguns dos mercedes novos, quer dizer, daqueles do principio dos anos 90, pois o carro dele ainda era mais velho que o meu boguinhas, talvez de 1987 ou 88?


Mas tambem havia e ha os taxistas sacanas, chulos e mitras. Lembro-me uma vez no Tecnico quando ia com o Rui e mais uns manfios ao Photos, um clube de strip que esta ali ao lado e umas putas abonavam a estalada outra, que chorava desalmadamente. Parece que a menina tinha invadido o territorio alheio, depois de ter sido avisada. Azar, quem e que lhe mandou atacar na esquina errada. Mas o que mais me surpreendeu nesta luta desigual, foi que de repente, um taxista grande e espadaudo, com mais pinta de chuleco que outra coisa qualquer saiu do seu mercedes a proferir ameaças de morte a pobre rapariga.


Os mitras sao outra das categorias que encontram nas ruas de Lisboa ao volante de um taxi. Certa vez vi um a comprar cocaina e discutia o preço e a qualidade do produto com os miudos cabo-verdianos. Estava como peixe na agua e na verdade arrebatou o produto como tinha que ser.


Depois, tambem ha os taxistas sacanas, como aquele que apanhei no natal. Depois de 3 meses no Reino Unido, uk para os entendidos, cheguei a lisboa, mais propriamente ao aeroporto da Portela. Apanhei o taxi que me saiu na rifa e ainda nem tinhamos passado a rotunda, começa o gajo a chorar." Ai, que isto aqui e sempre a mesma coisa. A segunda circular e depois o IC 19 para leva-lo para Rio de Mouro e sempre em bicha". A lançar a escada pergunta: "O amigo nao quer ir pela crel?" E eu pergunto: "Mas quanto e que me fica?" E o gajo responde: "Baratucho, 50 euros"

Nao, respondi. Mas para nao ficarmos no para e arranca, disse: "avance pela avenida do Brasil para irmos ate a radial de Benfica".

Chegamos a rotunda do relogio e o filho da mae, em vez de virar a direita como eu lhe ordenei, segue em frente em direcçao ao Areeiro. "Pare imediatamente" ordenei. "Eu sou o cliente e eu e que mando. Por isso vamos ficar por aqui" Sai, paguei e quando olho para o lado esta outro taxi parado mas sem choufer. O fugareiro estava a dar a tipica mijinha contra uma arvore. Depois de 3 meses em Inglaterra onde estas cenas da biologia humana ha muito foram banidas, confesso que fiquei contente por tal comportamento descontraido. Pensei, estamos mesmo na tuga, bolas.

"Ta livre?"

"Para onde o amigo quer ir?"

"Para Rio de Mouro" respondi.

Fomos certinhos e afinal paguei 23 €, nada mal, quando o outro manfio dizia que eram 50.


Bem, ja basta de fogareiros, tudo isto me veio a memoria, porque hoje, quando vinha da biblioteca, vi aqui neste meu kimbo chamado Portsmouth uma tasca chamada "The Cab driver corner" e veio-me a memoria o Cantinho do Taxista.


Inte pessoal


Ps desculpem a falta de assentos, mas tenho um teclado em espanhol que nao me permite usar todos os recuros que a lingua portuguesa requer. Obrigado pela compreensao.