Monday 18 June 2007

O cantinho do taxista





Era um barzeco a puxar para o chunga la na praça Paiva Couceiro. Quem me chamou a atençao a primeira vez, foi o Lao, como se tratasse de alguma coisa deveras importante. E de facto, ate era no universo do fugareiros. Eram boa gente. Quase sempre metia conversa com eles. Rua cidade de Cardiff ate a Praça Luis de Camoes. La ia eu a falar com o velho do 190 D, que gabava a sua maquina com mais de um milhao de quilometros, e que ainda metia na rabeta alguns dos mercedes novos, quer dizer, daqueles do principio dos anos 90, pois o carro dele ainda era mais velho que o meu boguinhas, talvez de 1987 ou 88?


Mas tambem havia e ha os taxistas sacanas, chulos e mitras. Lembro-me uma vez no Tecnico quando ia com o Rui e mais uns manfios ao Photos, um clube de strip que esta ali ao lado e umas putas abonavam a estalada outra, que chorava desalmadamente. Parece que a menina tinha invadido o territorio alheio, depois de ter sido avisada. Azar, quem e que lhe mandou atacar na esquina errada. Mas o que mais me surpreendeu nesta luta desigual, foi que de repente, um taxista grande e espadaudo, com mais pinta de chuleco que outra coisa qualquer saiu do seu mercedes a proferir ameaças de morte a pobre rapariga.


Os mitras sao outra das categorias que encontram nas ruas de Lisboa ao volante de um taxi. Certa vez vi um a comprar cocaina e discutia o preço e a qualidade do produto com os miudos cabo-verdianos. Estava como peixe na agua e na verdade arrebatou o produto como tinha que ser.


Depois, tambem ha os taxistas sacanas, como aquele que apanhei no natal. Depois de 3 meses no Reino Unido, uk para os entendidos, cheguei a lisboa, mais propriamente ao aeroporto da Portela. Apanhei o taxi que me saiu na rifa e ainda nem tinhamos passado a rotunda, começa o gajo a chorar." Ai, que isto aqui e sempre a mesma coisa. A segunda circular e depois o IC 19 para leva-lo para Rio de Mouro e sempre em bicha". A lançar a escada pergunta: "O amigo nao quer ir pela crel?" E eu pergunto: "Mas quanto e que me fica?" E o gajo responde: "Baratucho, 50 euros"

Nao, respondi. Mas para nao ficarmos no para e arranca, disse: "avance pela avenida do Brasil para irmos ate a radial de Benfica".

Chegamos a rotunda do relogio e o filho da mae, em vez de virar a direita como eu lhe ordenei, segue em frente em direcçao ao Areeiro. "Pare imediatamente" ordenei. "Eu sou o cliente e eu e que mando. Por isso vamos ficar por aqui" Sai, paguei e quando olho para o lado esta outro taxi parado mas sem choufer. O fugareiro estava a dar a tipica mijinha contra uma arvore. Depois de 3 meses em Inglaterra onde estas cenas da biologia humana ha muito foram banidas, confesso que fiquei contente por tal comportamento descontraido. Pensei, estamos mesmo na tuga, bolas.

"Ta livre?"

"Para onde o amigo quer ir?"

"Para Rio de Mouro" respondi.

Fomos certinhos e afinal paguei 23 €, nada mal, quando o outro manfio dizia que eram 50.


Bem, ja basta de fogareiros, tudo isto me veio a memoria, porque hoje, quando vinha da biblioteca, vi aqui neste meu kimbo chamado Portsmouth uma tasca chamada "The Cab driver corner" e veio-me a memoria o Cantinho do Taxista.


Inte pessoal


Ps desculpem a falta de assentos, mas tenho um teclado em espanhol que nao me permite usar todos os recuros que a lingua portuguesa requer. Obrigado pela compreensao.

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