Tuesday 9 October 2007

Foi há dez anos


Telefonei-te, aceitaste e partimos. Foi há dez anos que nos aventuramos no boguinhas e desbravamos metade da Europa. Destino: Florença. Foi quase uma semana de viagem com os três dias de descanso merecido no país Basco. Eu com a Natália na tenda e tu com a Iraxe, embora jures a pés juntos que nada aconteceu. Bem, em Florença as coisas foram um bocadinho diferentes. A Hilariona não se fez de rogada e em boa hora, pois o amigo retemperou as forças. Nada mau para quem dizia candidamente: Eu, não estou à procura de nada. E por falar em Cândida, parece que nem estava lá naquela altura, mas o quê que isso interessa a dois manfios que em 15 dias conheceram a Francesca e já para nem falar da Cláudia e daValéria. Que bombas aquelas irmãs, só me lembro do jantar que fizeram para nós e das mini-saias que tinham. E já agora como é que se chamava aquela amiga delas polaca? Será, só me lembro da dica do amigo, “Vamos para o Hilton”! Porra, porquê que a avó do outro Riccardo, sim o com dois cc não baqueou com a tremor de terra. Aqueles três aleijados tinham que chegar logo naquela noite para estragar o esquema. Livra carraça.



Bem, atropelamos, ou melhor, atropelaste dois lobos no regresso e até hoje nem me pagaste o concerto do carro que já nem existe. Ao menos podiamos trazer as peles no capôt, estilo o caçador do Robert de Niro. Se a polícia francesa não fosse tão esquesita até passava. Mas o que importa isso quando de manhã cantámos Pearl Jam e Rita Lee na alvorada nas falésias da Côte D'azur.

Desafiamos a bófia, quando fiz um rally em frente aos carabineri para lhes perguntar onde era a tal festa do aqueduto, lembras-te?

E aquela amiga sueca da Hilária, aquela que me queria levar para Roma, lembras-te?

Bem, quem ler isto, pensará que o nosso desporto eram as gajas, e mal sonharão que vimos monumentos lindos como Santa Maria del Fiore, Santa Croce, que compramos arte no Ponte Vecchio e passeamos como dois lordes, apesar de termos um boguinhas. E aquela casa do Nicola, ou melhor do Kota Luca, era um espetáculo, ainda que o Kota fosse uma personagem bem difícil de aturar, mas de algum modo divertido. E a brincar varreu a nossa garrafa do whisky com a estória do planador. Filho da mãe.

Quem diria que tudo começou em Aveiro, depois de nos abastecermos no Mac Drogas e daquela foto que tiramos com a câmara do Pimpas, a tal que depois te roubaram. Bem, melhor do que isso terá sido mesmo cozinhar na pensão em Madrid à meia noite. Acho que o chinês no dia seguinte se passou, mas o que importa. Quem quer saber disso para alguma coisa?

Muitas cassetes, muito James Brown, Rolling Stones, David Bowie, Van Morrison e claro está, Pino Daniele, o favorito da outra.

Porra, meu puto, foram tempos bonitos e a brincar, assim de cacheche, já passaram 10 anos, precisamente. Outubro de 1997. Valeu, foram das melhores férias que passei, pelo menos das mais divertidas. Valeu Nicola e Fajolo, foram uns fixes.

PS. Para aqueles que lerem isto e acharem que não entendem nada, Azar, como se diz lá na banda. Mataduços, you are the man. Pior, só mesmo o sr. Arménio, o maior putanheiro da imagração portuguesa, o do restaurante panorâmico de Penacova. Mas essa estória fica para mais tarde.




Sunday 24 June 2007

4 da manha


Nao e o sol da meia-noite, mas parece. Quando tinha 12 anos, lembro-me bem daquele filme com o Baryshnikov, quando ele diz tranquilamente, "sao 3 da manha e eu nao consegui dormir", mas na verdade parecem duas da tarde com a luz a entrar pela janela.


Aqui, no norte da Europa, mas pelos vistos sul da Inglaterra, nesta altura do ano la por volta das 3.50h ja começa a claridade a raiar pela minha janela. Com as minhas cortinas da tanga, torna-se dificil pregar o olho e dormir. Frequentemente tenho acordado por volta das 4:15h, e la para as seis e meia o sol ja vai bem alto.


Experenciando isto que e novo para mim, torna-se mais facil imaginar como sera a vida na Escocia, na Laponia ou mesmo na Siberia. Nao sou de me queixar muito, mas a verdade e que o tempo tem estado tudo menos aquilo que se pode esperar de um Verao. Chuva, muita chuva, algum vento e muito pouco sol. Tenho alguns colegas que começam a ficar deprimidos, especialmente os gregros. Bruxo, com quase 40 graus e ilhas paradisiacas, eu tambem me queixava.

Tuesday 19 June 2007

Sangre de Toro


Ja foi.


Era o nosso wizzard dos computers, o homem que arranjava a network ca de casa sempre que a Internet estava manhosa. Jogos de futebol da champions league na televisao da cozinha sem pagar tv licence. Os melhores sites para se fazer downloads ou ainda descobriu aquele canal onde passam 24 horas non stop todos os episodios das 5 series do Drangon Ball. Companheiro de noitadas e houseparties, jantaradas a luz de velas e por vezes algumas discussoes bem interessantes sobre politica ou cultura.


Sangre de Toro ou PATXI no cartel dos Escobaritos, era um elemento fundamental no seio desta organizaçao. Jose, como e conhecido la em Valencia.


Primeiro foi Don Ciccio quem nos abandonou. Agora a secçao espanhola. Pouco a pouco a Interpol vai desmantelando o maior cartel de droga e terroristas que existe. Mas eles nao sabem que em 3 anos nos vamos encontrar nalgum lugar distante, no sudueste asiatico.

Ate la, Escobaritos forever.


Força Sangre.


Ps. Por razoes estritamente confidenciais, nao posso contar a origem deste nome, mas ele sabe porque.

Monday 18 June 2007

O cantinho do taxista





Era um barzeco a puxar para o chunga la na praça Paiva Couceiro. Quem me chamou a atençao a primeira vez, foi o Lao, como se tratasse de alguma coisa deveras importante. E de facto, ate era no universo do fugareiros. Eram boa gente. Quase sempre metia conversa com eles. Rua cidade de Cardiff ate a Praça Luis de Camoes. La ia eu a falar com o velho do 190 D, que gabava a sua maquina com mais de um milhao de quilometros, e que ainda metia na rabeta alguns dos mercedes novos, quer dizer, daqueles do principio dos anos 90, pois o carro dele ainda era mais velho que o meu boguinhas, talvez de 1987 ou 88?


Mas tambem havia e ha os taxistas sacanas, chulos e mitras. Lembro-me uma vez no Tecnico quando ia com o Rui e mais uns manfios ao Photos, um clube de strip que esta ali ao lado e umas putas abonavam a estalada outra, que chorava desalmadamente. Parece que a menina tinha invadido o territorio alheio, depois de ter sido avisada. Azar, quem e que lhe mandou atacar na esquina errada. Mas o que mais me surpreendeu nesta luta desigual, foi que de repente, um taxista grande e espadaudo, com mais pinta de chuleco que outra coisa qualquer saiu do seu mercedes a proferir ameaças de morte a pobre rapariga.


Os mitras sao outra das categorias que encontram nas ruas de Lisboa ao volante de um taxi. Certa vez vi um a comprar cocaina e discutia o preço e a qualidade do produto com os miudos cabo-verdianos. Estava como peixe na agua e na verdade arrebatou o produto como tinha que ser.


Depois, tambem ha os taxistas sacanas, como aquele que apanhei no natal. Depois de 3 meses no Reino Unido, uk para os entendidos, cheguei a lisboa, mais propriamente ao aeroporto da Portela. Apanhei o taxi que me saiu na rifa e ainda nem tinhamos passado a rotunda, começa o gajo a chorar." Ai, que isto aqui e sempre a mesma coisa. A segunda circular e depois o IC 19 para leva-lo para Rio de Mouro e sempre em bicha". A lançar a escada pergunta: "O amigo nao quer ir pela crel?" E eu pergunto: "Mas quanto e que me fica?" E o gajo responde: "Baratucho, 50 euros"

Nao, respondi. Mas para nao ficarmos no para e arranca, disse: "avance pela avenida do Brasil para irmos ate a radial de Benfica".

Chegamos a rotunda do relogio e o filho da mae, em vez de virar a direita como eu lhe ordenei, segue em frente em direcçao ao Areeiro. "Pare imediatamente" ordenei. "Eu sou o cliente e eu e que mando. Por isso vamos ficar por aqui" Sai, paguei e quando olho para o lado esta outro taxi parado mas sem choufer. O fugareiro estava a dar a tipica mijinha contra uma arvore. Depois de 3 meses em Inglaterra onde estas cenas da biologia humana ha muito foram banidas, confesso que fiquei contente por tal comportamento descontraido. Pensei, estamos mesmo na tuga, bolas.

"Ta livre?"

"Para onde o amigo quer ir?"

"Para Rio de Mouro" respondi.

Fomos certinhos e afinal paguei 23 €, nada mal, quando o outro manfio dizia que eram 50.


Bem, ja basta de fogareiros, tudo isto me veio a memoria, porque hoje, quando vinha da biblioteca, vi aqui neste meu kimbo chamado Portsmouth uma tasca chamada "The Cab driver corner" e veio-me a memoria o Cantinho do Taxista.


Inte pessoal


Ps desculpem a falta de assentos, mas tenho um teclado em espanhol que nao me permite usar todos os recuros que a lingua portuguesa requer. Obrigado pela compreensao.

Thursday 5 April 2007

Irão, lá vamos nós.

Após as declarações de Blair, fico a pensar, afinal já nem existe ética na diplomacia, ou os políticos perderam a espinha vertebral. Desconheço que tipo de acordos secretos tenham feito, porém receio que o discurso áspero do Primeiro Ministo esconda um eminente ataque a mais um outro país. Eles, os terroristas, são os portadores do terror, do ódio e do obscurantismo; por isso, tratemos o terror com terror também. Bombas e mísseis para ajudar a festa. Israel, USA e UK, todos se preparam para molhar o pão na sopa, com os tais ataques às instalações nucleares iranianas. Bem, há 21 anos aconteceu Chernobill, e a núvem radioactiva percorrendo milhares de quilómetros, chegou à Europa central. Quem me garante que na possibilidade de um ataque não haverá contaminação radioactiva dos solos e inclusive de algum país vizinho.

Paquistão, o tal precioso aliado do ocidente nesta sua cruzada contra o terrorismo, parece estar abandonado à sua sorte ou ao sabor do vento, não vá soprar uma brisa envenenada do quase vizinho Irão. O Afeganistão é composto por uma cambada de indios e talibãs. Depois está o Iraque. Com o desmadre que se transformou, se mais uns quantos esticarem o pernil, tanto faz. A estatística já é suficientemente expressiva. Finalmente, a Turquia ou a Russia podem ser beliscadas por este pó radioactivo. É claro que reputados especialistas afirmam que essa possibilidade é muito remota, mas será?

Aqui deixo duas fotos do porto de Portsmouth, a base naval mais importante de Inglaterra, com um anormal movimente de vasos de guerra, fragatas, porta-aviões. Será que se destinam ao Golfo pérsico?




Porta-aviões britânico atracado no porto de Portsmoth, 3 de Abril 2007.

Puto que brinca sobre um velho torpedo da Segunda Guerra Mundial. Este não vai para a guerra, pelo menos por enquanto. Deixem lá o puto em paz.

Friday 30 March 2007

Bike gamada e festa de anos em casa

Tinha escrito um post longo, mas o meu computador está armado em tanso; ou melhor é mesmo tanso.

Bem, vamos ao que interessa. Gamaram-me a bike ontem à noite. Estou lixado, tenho que voltar a andar a pé. A bófia está a tomar conta da ocorrência e o tipo do supermercado conseguiu apanhar os tipos com a câmara de video. As caras de tais criaturas ainda não foram totalmente dissecadas, mas parece que a polícia por estas bandas tem métodos bastante eficazes para encontrar medonhas criaturas. (Uma lobotomia não ia mal) Gente feia, com certeza, que gosta do produto alheio. Só estou à espera do mail de Portugal, da Decathlon, para que me digam o número de série da bike etc. Já telefonei 2 vezes e a resposta é que o fulano foi almoçar... Que fixe, esta é mesmo à portuga. Tá-se bem! Não se passa nada. Pudera, não foi a eles que lhes limparam a bike, por isso, os outros que esperem.


Porém nem tudo são tristezas. Os meus miúdos orgnizaram uma festa de aniversário à maneira. Tardia, pois as últimas duas semanas quase não saio do meu quarto a tentar descobrir como escrever dois assignments. Ontem submeti o segundo e último desta fase. Hoje relax, por isso lá vou voltar às andaças do Niccolino. Um italiano maluco que tem um restaurante não muito longe daqui. Qualquer dia dedico-lhe um post.

Rapaziada, fiquem com o video da festa.
http://www.youtube.com/watch?v=vvb2bUj6Hf8





Duas guitarradas em acção. Não sabem tocar o fado, mas estes rapazes têm talento!




Me and my boys: Edward, Dudi, Eu, Francesco e José. Os mesmos de sempre. Viva los Escobaritosss.

Friday 23 March 2007

Estudo e ambient media


Pois é meus amigos, isto de estar por cá nem sempre são festarolas. Neste momento o stress de estar a fazer simultaneamente dois assignments não me deixa lá muito boa disposição, apesar dos dias de sol que têm me visitado.

Confesso que não estou lá muito inspirado para a escrita, contudo deixo-vos uma lufada da mais recent research académica que levo a cabo. Ambient media or advertising, como preferirem. Para os leigos, são aqueles placards que um gajo vê nas casas de banho dos bares quando já está com a touca em cima, do estilo bebe com moderação, use o preservativo ou outra treta do género. Pois, mas a verdade é que veio para ficar e com o declínio da publicidade tradicional, serão cada vez mais os gags engraçados pelas ruas das nossas cidades. De momento é cool, daqui a 10 anos não sei se será. É sempre difícil fazer futurologia nestas coisas do marketing, porém, pode ser que se levante por aí algum movimento pseudo-ecológico a barafustar contra a poluição visual e a sanidade mental. Veremos o que acontece! Enjoy the pictures.









Um dia igual a tantos outros



O tempo é algo estranho, por vezes imprevisível. Hoje de manhã sol e passado 3 horas, um céu negro que vomita granizo que vai castigando os telhados das casas. Ainda não nevou desde que cá cheguei. Hoje, foi mais um ameaço, mas não passou disso.
Entretanto, mais um agradável almoço em família, eu e os meus miúdos. É engraçado ver metade do mundo a viver na minha casa. As apresentações destas ilustres figuras. Da esquerda para a direita, um espanholito valenciano (Jose), conhecido como Patxi,
um siciliano (Francesco) também conhecido como Don Ciccio, un chinês malaio (Edward) que responde ao nome de little Mao. O porquê das alcunhas virá no proximo post. De momento, fiquem com as apresentações da família.
Quem falta? Dudi, o saudita. Porquê? Bem, estamos todos a comer porco, algo que é um sacrilégio para os mulçumanos. Mas só porco, pois por cá o conceito de good muslim é muito flexível. Sexo, tabaco e alcool estão na ordem do dia, mas os tipos só não abedicam do Porc. Alguma coisa terão que ter para se agarrar à fé de Ala. Inxalá, inté.




N'Dalo

Wednesday 14 March 2007

Um tuga em Portsmouth


Pois é. Meus amigos voltei à escrita, 2 anos depois. Nada mais terapêutico do que um pouco de exercício mental para estimular os meus neurónios. E de facto, estou com fome de castigar as teclas do meu velho laptop, para ver se estes dedos enferrujados ainda conseguem debitar ideias engraçadas.


Desde os tempos em que era jornalista e me obrigava a escrever diariamente, pois tinha contas para pagar, confesso que me souberam bem os dois anos de intermezzo, mas porra, já basta, nem que seja para dizer patacuadas.


Muita coisa mudou, voltei a estudar para ver se endireito a minha vida, com o merecido "paitrocínio" ganda penteado pai, mas já que há guito, encontro-me há 5 meses e meio em terras de sua majestade. É uma pequena cidade do sul de Inglaterra chamada Portsmouth. Base naval de grande relevância histórica nos últimos 300 anos, tornou-se num importante polo universitário do sul. E por isso, cá vim eu fazer o meu master de marketing.


Como já relatei anteriormente, há muitos gajos de tatoos, talvez pela influência da marinha, mas também, muita loirinha de mini-saia. São um pouco esquisitas, mas dá para lavar as vistas. Bem pior seria se usassem todas burka, isso é que não, por amor de Deus.


Bem pessoal, mas agora que estou de volta, espero ser o mais regular possível na escrita, pois há momentos em que é preciso acordar para a vida.
Inté.

N'Dalo